“Luz das nações”

03/02/2012 20:06

nº 1097

Artigo

Pe. Luiz Carlos de Oliveira

Redentorista

“Luz das nações”

 

1062. O jeito de Jesus

            A fé cristã é um tesouro que nos presenteia sempre novas jóias de sua riqueza. Sempre podemos receber novas luzes sobre a Palavra. Ninguém controla o Espírito, Ele nos abre sempre novos tesouros da Palavra. Orígenes ensina que são infinitos os sentidos que podemos recolher da Palavra. No dia 02.02, festa da Apresentação de Jesus no templo, lembramos as luzes que brilharam no Natal do Senhor. No templo vemos as grandes personagens de Simeão, Ana e os piedosos que esperavam a vinda do Messias. São pessoas cheias de Deus, que estavam atentas à voz do Espírito. No dia 02.02 celebramos o dia dos religiosos. Estes estão em continuação aos justos de todos os tempos, homens e mulheres que acolheram o Messias e O anunciaram com a vida totalmente dedicada a Deus. Por isso temos neste dia a comemoração do dia dos religiosos que por um lado acolhem Jesus, por outro O proclamam como Ana, Simeão que esperavam a libertação de Israel. Para compreender seu lugar na Igreja devemos nos lembrar que Jesus é o Sacramento do Pai. Sua ação redentora e santificadora vem a nós através dos sacramentos da Igreja. Há também outros modos de continuar a vida e missão de Cristo no mundo. Um destes modos se dá através dos religiosos que continuam no mundo o relacionamento de Consagração que Cristo tem para com o Pai. Em Jesus tudo era muito simples. Usava sinais e comparações à altura da compreensão do povo. Assim, para manifestar sua entrega ao Pai, seu ser consagrado como primogênito (Ex 13,2), seu ardente desejo de fazer a vontade do Pai, escolhe homens e mulheres que, na simplicidade realizam esta missão. Podemos dizer que não percebemos isso nos religiosos e religiosas que conhecemos. Como podemos dizer que num pouco de água no batismo salva? Que um pedacinho de Hóstia seja o Corpo do Senhor? Que uma pregação seja Cristo falando? O mesmo se diga dos religiosos. Nem nós próprios percebemos o que somos. Claro que podemos ajudar o sinal a ser mais claro. Mas a força sacramental de Cristo não perde o vigor pela fragilidade dos membros. Se tivermos olhos mais abertos,veremos melhor. Quem é de Deus conhece as coisas de Deus.

1063. Alegria da descoberta

            Quem descobre um tesouro escondido em um campo, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo (Mt 13,43). Só conhecendo o tesouro é que se sabe de seu valor. Vi um religioso formado com estudos superiores que tinha como missão, com seu caminhãozinho, carregar as pessoas numa região do deserto do Saara. Era a presença silenciosa de Jesus. Entender a vocação é saber ouvir o Espírito como Simeão. Ele percebeu naquela criancinha, no meio de tantas outros, o Salvador Prometido. Alegria de estar na casa do Pai é o que encantava Jesus. Ana não se afastava do tempo servindo a Deus dia e noite com jejum e oração. Ser religioso é ter o sabor de Deus.

1064. Sinal de contradição

            Encontramos muita rejeição aos consagrados. Se for por culpa da pessoa que faz coisas erradas, já é uma pena. Mas o religioso participa daquele sinal de contradição que Simeão disse que Jesus seria. Esta perseguição contra a Igreja é o sinal claro que Jesus continua chamando à conversão. Se vivermos com Ele seremos também perseguidos. Os religiosos, nas mais diversas modalidades que surgiram, sempre quiseram fazer a opção por Jesus, na Igreja, fazendo os votos de consagração. A vivência do votos  o antídoto contra o mal que também Jesus enfrentou. Assim vencem o mal em sua raiz.