Homilia do 3º Domingo Comum (22.01.12)

27/01/2012 21:00

nº 1094

Homilia do 3º Domingo Comum (22.01.12)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira

Redentorista

“Pescadores de homens”

 

Convertei-vos

               “Depois que João foi preso, Jesus voltou para a Galiléia”. Foi batizado por João, apresentado ao povo pelo próprio Pai e agora inicia sua missão. A prisão de João, além de um acontecimento, tem o sentido dizer que agora é outro que anuncia a conversão. João encerrou sua missão. Jesus vai para a Galiléia, cheio do Espírito, para cumprir o desígnio do Pai. Inicia sua missão e chama os colaboradores. Estes colaboradores se engajam a partir de um projeto anunciado: Conversão para acolhimento do Reino de Deus que está próximo. Proclama que o tempo já se completou (Mc 1,15). Não temos mais o que esperar. Jesus, quando João está na prisão, responde a seus enviados que Ele cumpre as profecias e suas obras O testemunham (Mt 11,4). Sua obra se inaugura através da pregação sobre a proximidade do Reino e da necessidade da conversão para que ele aconteça. A conversão é uma exigência fundamental porque o Reino é de Deus e não deste mundo (Jo 18,36). A conversão é uma mudança de rumo para caminhar como Jesus que cumpriu a vontade do Pai. O convite do Reino é dirigido a todos, como podemos ler no Livro de Jonas na primeira leitura. Jonas fugia de Deus porque não queria que Ele salvasse os pagãos que se convertessem. Jonas mostra o fechamento do povo judeu. Deus mostra que todo aquele que busca a conversão será salvo: “Vendo Deus que suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-Se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes e não o fez” (Jn 3,10). A conversão acontece, mas precisa ser pedida e assumida. Pedimos a Deus que nos mostre seus caminhos, que sua verdade nos oriente e nos conduza. Deus responde à nossa conversão com bondade, ternura e misericórdia. A pregação deve sempre conduzir à conversão e não só para manutenção.

Passou, olhou e chamou

               Para a missão de anunciar o Reino, Jesus convoca os primeiros discípulos. O local e a profissão que exercem se tornam simbólicos para explicar sua nova missão: pescadores, barca, lago, redes. Assim os operários evangélicos, lançam as redes da Palavra, no mundo. Segue o mesmo esquema: Passou, viu, e chamou. Escolhe gente simples, trabalhadores, pois o Reino é aberto ao que tem o coração aberto, aqueles que buscam a esperança. Jesus escolhe quem vive aquela situação para se comprometerem melhor. Era o mundo de Jesus. É curiosa a frase de Jesus sobre a missão: “Seguí-me e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17). É a mesma profissão numa dimensão diferente. O mundo a ser convertido é um mundo real, de pessoas concretas.  A resposta é imediata.

Serenidade como vida

               Ouvir a Palavra e crer tem suas conseqüências na vida cotidiana. Paulo apresenta diversas situações; a vida matrimonial, as dores, as alegrias, a vida na sociedade e a vida no mundo. Tudo deve ser moderado pela fé na Palavra. Deus não bloqueia nossas possibilidades e realidades pessoais, mas nos mostra que devem ser vividas a partir da conversão ao Evangelho. A conversão não é só deixar o que se faz, mas também dar nova direção ao que se vive. Viver a vida cristã é também anunciar a Palavra de Deus. Quem crê, deve anunciar com mais clareza. A missão de Jesus não foi confiada aos outros, mas a mim pessoalmente. Nós continuamos a missão de Jesus, na força do Espírito. Jesus nos ensina a pedir mais operários e nos comprometer com a pastoral vocacional. Cada liturgia convoca à missão. O Corpo de Cristo e sua Palavra nos estimulam.

Leituras: Jonas 3,1-5; Salmo 24;1 Coríntios 7,29-31; Marcos 1,14-20

Ficha nº 1094 - Homilia 3º Domingo Comum (22.01.12)

 

  1. Depois da prisão de João, Jesus voltou à Galiléia, iniciou sua missão de anunciar que o tempo completou, convidando à conversão e chamando os primeiros discípulos. A conversão é exigência fundamental para o acolhimento do Reino. Jonas pregou a conversão. Deus é bondoso e acolhe os que se convertem.

 

  1. Como colaboradores de sua missão Jesus chama os discípulos. Eles são pescadores. Sua profissão torna-se símbolo de sua missão. Escolheu os simples, como Ele era simples, para ir aos simples do povo. Sua resposta é imediata.

 

  1. Quem se converte tem que levar uma vida coerente. Deus não coíbe a vida humana, mas direciona num novo sentido para viver como Jesus viveu. Acolher o Reino exige conversão, participação do anúncio e convocação de novos operários.

                        Pescando no seco

 

            Jesus começou sua pregação: “O tempo se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho”. Assim Ele abre o panorama de sua missão e ensina como acolhê-la: converter-se para acolher o Reino de Deus que está próximo. Vai haver mudança.

            Mas não trabalha sozinho. Começou a escolher companheiros entre os pescadores. O lago significa o mundo; as redes, a pregação; a barca, a Igreja. Os pescadores são convidados a mudar de peixe e de rede. A agora o peixe é gente e as redes são as palavras do anúncio do Reino.

            Pescar agora é convidar as pessoas a se converterem, como fez o profeta Jonas.

            Jesus continua chamando homens e mulheres para segui-Lo e anunciá-Lo como presença do Reino. É preciso aprender a deixar tudo.