Igreja e Seminário São Geraldo em Sorocaba - SP

25/05/2011 21:47

 

Igreja e Seminário São Geraldo Majella

 

A Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R) chegará à Sorocaba, SP, através da Igreja e do Seminário São Geraldo Majella. No decorrer do ano de 2011, estão sendo construídos o Seminário e a Igreja, com perspectivas para o início das suas atividades em janeiro de 2012. O local escolhido para a edificação: uma área de 5.460 m², localizada na esquina da Avenida Manoel de Camargo Sampaio com a Rua Henrique Carrara Amaral Rogick, em Lopes de Oliveira, região norte da cidade. 

            O prédio da igreja, com capacidade para acolher cerca de 600 pessoas, terá Celebrações Eucarísticas diárias, Novena Perpétua, às quartas-feiras, dedica a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, atendimento pastoral pelos sacerdotes (aconselhamentos e confissões), além da presença de religiosos e seminaristas nas atividades, junto às comunidades e pastorais da Paróquia São Luiz Gonzaga, na Vila Barão. Outras atividades ainda poderão ser desenvolvidas, conforme as necessidades e planejamentos pastorais que a realidade paroquial, arquidiocesana e comunitária indicarem.

            O Seminário São Geraldo Majella acolherá os futuros Missionários Redentoristas que escolheram a vocação à Vida Religiosa e se preparam para serem Irmãos Redentoristas. As atividades dos Irmãos, além das obrigações religiosas, podem ser técnicas ou profissionais em diversas áreas, conforme as aptidões de cada um, mas principalmente levando em conta o Carisma da Congregação Redentorista. Por isso, a escolha da cidade de Sorocaba, como um centro urbano desenvolvido, com várias opções para a formação técnica, profissional e universitária.

            A Congregação do Santíssimo Redentor está presente na Arquidiocese de Sorocaba desde 1936, na cidade de Tietê, quando deu-se o início do Seminário Santa Teresinha, onde os Redentoristas cursavam Filosofia e Teologia. No ano de 1966, essa casa de formação mudou a finalidade e passou a acolher o Noviciado Redentorista. Poucos anos depois, mudou novamente para acolher o seminário menor. Desde 1985, funciona nessa casa o Noviciado Redentorista Santa Teresinha. Além de ser uma casa de formação, no Seminário reside uma Comunidade Religiosa, que atua na Igreja Santa Teresinha e uma Equipe Missionária, que se dedica à pregação das Missões Populares.

            Os Redentoristas encontraram em Tietê e região um rico seleiro de vocações sacerdotais e religiosas. Hoje, somam mais de 50 Missionários nascidos nessas terras: Tietê, Cerquilho, Sorocaba, Porto Feliz, Piracicaba, Tatuí.

            Nos primórdios do Seminário Maior de Tietê, inúmeros sacerdotes redentoristas foram ordenados pelo bispo diocesano de Sorocaba, Dom José Carlos de Aguirre, que ficou conhecido como o bispo que com mais idade e que por mais tempo governou uma diocese. Também foi o que mais ordenou sacerdotes: foram 48 padres seculares e 230 religiosos, totalizando 278.

             

História resumida de São Geraldo Majella

 

Nasceu em 1726, em Muro Lucano, no sul da Itália. Sua mãe, Benedita, uma mulher piedosa, o fez conhecedor do amor infinito e misericordioso de Deus. Geraldo sentia-se feliz porque estava junto de Deus. Quando estava com doze anos, seu pai veio a falecer e ainda menino Geraldo se tornou o apoio da família, sua mãe e duas irmãs.

Entrou como aprendiz de alfaiate. Depois de quatro anos de aprendizagem e justamente no momento em que podia começar a trabalhar como alfaiate, disse que ia trabalhar como criado do bispo de Lacedônia. Os amigos o aconselharam que não aceitasse esse trabalho, mas não foi suficiente fazer Geraldo desistir. Durante três anos se ocupou de tudo e permaneceu nesse trabalho até a morte do bispo.

Geraldo Majella acreditou sempre na vontade de Deus. Por isso, aceitou até maus tratos do alfaiate, seu patrão. Aquelas dificuldades não importavam para ele. Via o sofrimento como parte integrante do sofrimento de Cristo. “Sua Excelência me quer bem”, dizia. Desde então, Geraldo passava longas horas diante do Santíssimo Sacramento, o mistério do Senhor crucificado e ressuscitado.

Em 1745, aos 19 anos, voltou para Muro, sua terra natal, onde começou a exercer por conta própria o ofício de alfaiate. O negócio ia bem, mas ele não juntou muito dinheiro. Praticamente, ele doava tudo o que recebia. Punha à parte o necessário para a mãe e as irmãs. O restante dava aos pobres, ou simplesmente usava para mandar celebrar missas para as almas do purgatório.

Não houve uma súbita nem uma conversão espetacular em Geraldo. Foi um processo normal e constante de um crescimento no amor de Deus. Na Quaresma de 1747, decidiu se assemelhar o mais possível a Jesus Cristo. Entregou-se às penitências mais severas e procurou as humilhações, passando por louco e estando contente de que os outros se rissem dele.

Quis servir totalmente o Senhor e pediu para ser capuchinho, mas não foi aceito. A principal razão era por ser arrimo familiar. Aos 21 anos, tentou viver uma vida eremita. Desejava chegar a assemelhar-se inteiramente a Cristo, até o ponto de aceitar com alegria o ser protagonista da Paixão, como imagem viva de Cristo, na Catedral de Muro. Conheceu os Missionários Redentoristas e pediu para entrar entre eles. Mas recebeu uma recusa, pela mesma razão anterior e por causa do seu estado precário de saúde. Porém, continuou insistindo, até que o Padre Paulo Cáfaro o aceitou, enviando-o para o noviciado em Lliceto, em 1749, com um bilhete no qual dizia: “Eu envio um irmão inútil”.

Geraldo Majella se tornou Irmão Redentorista em Lliceto, no dia 16 de julho de 1752. Ali desmentiu muito depressa que seria um ‘inútil’ por seu serviço excelente como porteiro, alfaiate e sacristão. O prognóstico foi feito pelo Padre Cáfaro sobre ele. Ganhou fama de santidade que um grande número de pessoas procurava para tê-lo como guia espiritual na vida.

O Irmão Geraldo Majella morreu aos 29 anos de idade em Materdomini, Itália, no dia e na hora que ele tinha predito: 16 de outubro de 1755, consumido pelas suas severidades e pela tuberculose. Foi beatificado por Leão XIII no dia 29 de janeiro de 1893 e canonizado por Pio X no dia 11 de dezembro de 1904. Muitos católicos o veneram no mundo inteiro como o patrono especial das mães, das grávidas e das criancinhas.             

 

História do Seminário São Geraldo Majella

 

                Antes de chegar a Sorocaba, o Seminário Redentorista São Geraldo já tem algumas décadas de história. Dia 2 de agosto de 1956, foi a data marcada para a bênção e inauguração do novo berço da Unidade Redentorista de São Paulo: a casa destinada à formação dos futuros Irmãos Coadjutores. Essa casa foi batizada com o nome de Geraldinato. 

                O local escolhido para a fundação: bairro do Potim, distante 4.200 (metros) do centro de Aparecida, antiga fazenda Jataí, atualmente, fazenda São Geraldo. Essa fazenda foi adquirida pela Comunidade Redentorista de Aparecida em outubro de 1953, sendo Reitor o Revmo. Pe. Antão Jorge, Provincial o Revmo. Pe. Antônio Macedo e Procurador (ecônomo da Província) o Revmo. Pe. Juvenal Martins. A finalidade era o Convento Redentorista de Aparecida possuir uma casa de descanso.

                Quando assumiu como Provincial, o Pe. José Ribolla trouxe a idéia novamente de fundar uma casa para os irmãos. Diz-se novamente, porque essa idéia fora ventilada há muitos anos. A primeira tentativa dessa fundação: 1946, no Juvenato de Pinheiro Marcado, RS, transferindo-se logo após o início para Ijuí, RS, sob a orientação do Pe. Afonso Rambeck. A segunda foi em 1949, no Juvenato de Campinas, GO, sendo diretor o Pe. Artur Bonotti. Essa Idéia não prosperou.

                Ressurgida a idéia, discutiu-se muito sobre o local. Uns Redentoristas opinavam que deveria estar junto a uma outra casa de formação. Outros, por exemplo, o Pe. Humberto Pieroni, o ressuscitador da idéia de fundar o Geraldinato, pensaram que deveria formar uma comunidade completamente à parte, para se ter uma formação como a do Juvenato, num ambiente próprio, e não ainda de vida religiosa propriamente dita. Até esse momento, os moços que entravam para a Vida Religiosa residiam, normalmente, no Convento Redentorista da Penha, São Paulo, ou Pindamonhangaba, onde havia a casa de noviciado, mas eram quase sempre abandonados no que se refere à formação religiosa e mesmo profissional.

                No ato solene da inauguração, no dia 2 de agosto de 1956, estavam presentes o Pe. Provincial, o Reitor do convento de Aparecida, o Reitor do Seminário Maior de Tietê, o mestre do Noviciado dos Irmãos, os Irmãos noviços, os 6 primeiros geraldinos e os juvenistas (SRSA) com os professores e a comunidade de Aparecida. O Pe. Ribolla oficializou a cerimônia religiosa, com a bênção à casa e às máquinas agrícolas. Dirigindo-se aos presentes, expressou o júbilo da Província Redentorista de São Paulo e frisou a finalidade daquela obra nascente: preparar os jovens que desejam auxiliar os Missionários Redentoristas, por sua vida de oração e trabalho como Irmãos Coadjutores. Essa preparação deverá ser, afirmou ele, intelectual, técnica e religiosa.

                Logo depois da bênção e inauguração do seminário, deu-se a abertura das suas atividades, no dia 24 de setembro de 1956, com a presença do Diretor Pe. Humberto Pieroni, do Pe. Geraldo Bonotti, professor e diretor espiritual, e mais 6 alunos. À noite daquele dia 24 de setembro, no terraço, os dois padres e os seminaristas rezaram o primeiro terço em comunidade, voltados para a Colina onde se encontra a Basílica Velha de Nossa Senhora Aparecida.      

 

História resumida dos Missionários Redentoristas

 

            A Congregação do Santíssimo Redentor teve início no dia 9 de novembro de 1732, em Scala, Reino de Nápolis, sul da Itália. O fundador é Santo Afonso Maria de Ligório, que se compadecendo pela situação dos pobres e abandonados ao seu redor, quis fundar uma família religiosa missionária para dedicar-se de modo exclusivo, anunciando lhes a Copiosa Redenção. Um dos textos bíblicos que iluminou Santo Afonso é Lucas 4, 16 a 20, onde temos: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres, mandou-me anunciar aos cativos a libertação, aos cegos a recuperação da vista, por em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor”.

            Santo Afonso foi o primeiro filho de uma família nobre no Reino de Nápolis. De inteligência privilegiada, e para o orgulho do pai, recebeu uma formação intelectual rigorosa. Aos 16 anos, formou-se em direito civil e canônico. Teve uma carreira brilhante como advogado, até que um dia perdeu uma causa por corrupção no Tribunal. Decepcionado, resolveu abandonar a carreira e, contrariando a vontade do pai, pode realizar o seu desejo de se consagrar a Deus. Foi ordenado sacerdote. Em sua época, havia muitos padres na cidade de Nápolis. Porém, Santo Afonso se distinguiu no zelo apostólico e foi ao encontro dos mais abandonados e pobres.

Exausto pelas atividades, foi descansar nas montanhas de Scala, quando se deparou com a realidade de pobreza ainda maior daqueles que viviam longe da cidade, cuidando de ovelhas e cabras. Eram pessoas em situação de extrema pobreza e passavam seus dias na ignorância das coisas de Deus e dos homens. Eram abandonadas e marginalizadas pelo Estado e pela Igreja.

São Geraldo Majella e muitos outros missionários uniram-se à causa que Santo Afonso abraçou para continuar a Obra da Redenção. Um deles foi o Missionário Redentorista São Clemente Maria Hofbauer. Sua importância se dá ao fato de levar a Congregação do Santíssimo Redentor do sul da Itália para a região norte da Europa. Nessa região a Congregação se desenvolveu, atraiu muitas vocações e pode enviar Missionários para outras terras e continentes, chegando, inclusive ao Brasil.  

 

Os Redentoristas no Brasil

 

            Em 1893, chegou ao Rio de Janeiro e Juiz de Fora, MG, a primeira comunidade de Redentoristas, vinda da Holanda. Até hoje, os Redentoristas continuam a história dessa fundação, que se expandiu nos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e região do Nordeste Brasileiro.

            Aos 28 de outubro de 1894, chegou outro grupo de Redentoristas, vindos da Alemanha, para assumir os trabalhos em Aparecida, SP e Trindade, GO. Essa fundação foi se estabelecendo, iniciou em 1898, o Seminário Redentorista Santo Afonso em Aparecida, começou a pregar as Santas Missões Populares e fundar outras comunidades em São Paulo e no interior do Estado, como Araraquara no ano de 1920, Tietê em 1936, São João da Boa Vista em 1939. Também nos estados de Goiás e do Rio Grande do Sul essa fundação Redentorista, de origem alemã, foi se ramificando e frutificando, até os nossos dias.            

            Posteriormente, outras Missões Redentoristas surgiram no Brasil, através de missionários vindos dos Estados Unidos, da Irlanda, da Polônia e da Bélgica. Hoje, os Redentoristas estão distribuídos e organizados em nove Unidades da Congregação, de norte a sul do país. São aproximadamente 600 Redentoristas, entre padres e irmãos, que se dedicam à pregação das Missões Populares, ao atendimento nos diversos santuários no Brasil, como Aparecida, Trindade, Curitiba, Manaus, Belém do Pará, Porto Alegre e outros.

Os Redentoristas, além de difundirem a devoção a Nossa Senhora Aparecida, propagam a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, através da Novena Perpétua e atuam em diversas paróquias no interior dos Estados Brasileiros e nas regiões periféricas das grandes cidades.

            Uma atividade muito valorizada pelos Missionários Redentoristas, hoje em dia, são os Meios de Comunicação Social. Atuam através do rádio, da televisão, da Internet e da imprensa escrita. Aliás, Santo Afonso se dedicou muito à escrita, tornando-se um ‘apóstolo da pena’. Seus escritos, 128 obras, foram de grande utilidade pastoral para o Povo de Deus. Mesmo com o passar do tempo, há vários livros de Santo Afonso publicados até os nossos dias. Para citar alguns: “As Glórias de Maria Santíssima”, “Prática de amar a Jesus Cristo”, “Visitas ao Santíssimo Sacramento e à Santíssima Virgem Maria”, “Oração: grande meio de Salvação”. Escreveu sobre espiritualidade e se destacou com ensinamentos e reflexões sobre Teologia Moral.

Santo Afonso Maria de Ligório faleceu no dia 1º de agosto de 1787, aos 91 anos de idade. Foi canonizado em 1836. No dia 23 de março de 1871, foi declarado Doutor da Igreja. Em 1950, o Papa Pio XII o proclamou ‘Patrono dos confessores e professores de Teologia Moral’. Em seus escritos, Santo Afonso procurou demonstrar, sobretudo, a misericórdia de Deus, seu amor infinito em favor de toda humanidade.

 

Resumo da Espiritualidade Redentorista

 

            A Espiritualidade Redentorista, apreendida de Santo Alfonso, tem alguns pilares fundamentais da vida Cristã. A começar pelo Presépio, que remete-nos ao Mistério da Encarnação. O Filho de Deus assume a nossa condição humana, que por amor sem medida, abraça o caminho da Cruz, até o Calvário, onde se doa totalmente. Do lado de Jesus correu sangue e água, conforme o Evangelho de João, expressão do amor redentivo de Cristo, que se doa totalmente até a Morte na Cruz.

Os Sacramentos são sinais perenes da graça desse Deus que nos quer todo bem. A Eucaristia se torna o alimento essencial para a caminhada dos filhos de Deus na fidelidade a Cristo. Jesus no Sacrário está, incansavelmente, esperando que os corações se aproximem Dele para amá-Lo. O Sacramento da Reconciliação é o grande convite que Deus nos faz para a conversão. Somos no dia a dia convidados a viver reconciliados com Deus e os irmãos.

O grande meio para a perseverança no projeto que Deus quis para a humanidade é a oração. Por isso, Santo Afonso se ocupou em colar nas mãos do povo métodos simples de oração. Escreveu livros e orações, compôs músicas e fez pinturas para que as pessoas fossem despertadas para corresponderem ao amor infinito de Deus.

Maria, a Mãe de Jesus, ocupa um lugar privilegiado no coração dos Missionários Redentoristas. O motivo é que Maria Santíssima participa ativamente na Obra da Redenção, realizada por seu Filho Jesus. Ela é a primeira discípula e missionária de seu Filho. Torna-se dócil à vontade de Deus Pai, pela Ação do Espírito Santo. No Evangelho temos sinais de que Maria intercede junto a seu Filho em favor de todos nós. Ela é a Mãe do Perpétuo Socorro.

Pe. Luís Rodrigues Batista, C.Ss.R

São Paulo, 24 de maio de 2011.