Grandes obras e migrações

22/05/2011 00:01

Os nossos juniorstas participaram de um dos mais importantes eventos acadêmicos do ITESP,o Seminário sobre as "Grandes Obras e Migrações ". Enviaram txto de um colega religioso, nordestino, pernambucano. Célio Roberto é amigo de longa data de muitos dos nossos seminaristas e religiosos. Ele nos presenteia com um arelfexão sobre o Seminário.

 

Grandes obras e migrações

            Tal foi o tema do seminário ocorrido no ITESP (Instituto de Teologia de São Paulo), em São Paulo, neste dia 13 de maio, data memorável a Abolição da Escravatura, a aparição de Nossa Senhora na cidade de Fátima (Portugal) e a reabertura da Biblioteca para o povo. E, na mesa, personalidades para exporem seus assuntos como: Dom Demétrio Valentin (bispo de Jales – SP e responsável pela SPM), Dom Antonio Possamai (bispo emérito de Ji-Paraná-RO), Dom Frei Luís Cappio (bispo de Barra – BA) e Talita Correia (Ministério do Meio Ambiente).

            Grandes discursos foram ovacionados pela prática de vida. Na fala de Dom Demétrio, ele nos lembra que nenhum desenvolvimento humano pode ser admitido quando existe exclusão de quaisquer pessoa. Pois isto causa ruptura naquilo que chamamos de sagrado. Este novo desafio deve ser complementado com Justiça Social, Economia e Meio Ambiente viabilizando o desenvolvimento comum. Da perspectiva de ganância e poder, Dom Antonio Possamai exortou-nos da preocupação com a vida. Nossa força é Jesus, pois bem, que saibamos defender a vida em abundância para milhões de brasileiros desprovidos de justiça, de direitos humanos. O que mais vemos, segundo ele, é um governo cada vez mais descompromissado com o próximo. Há desejos de desenvolvimento? Ou o desejo é apenas de fazer funcionar a rede financeira entre os “grandes” da sociedade? O que percebemos é uma grande onde de inchaços nas cidades e chamamos de desenvolvimento. Logo após a saída de uma indústria ou de um campo de trabalho, percebemos o rastro de marginalidade que fica em homicídios, prostituição, mães solteiras e tantos outros casos.

            Em se tratando de rastro, Dom Frei Luís Cappio nos apresentou verdades a respeito da Transposição do Rio São Francisco e, com dados precisos, de uma inteligência descomunal, falou de verdades que tratou com o Governo Federal e, mesmo assim, não fora ouvido. Hoje, o desequilíbrio ambiental é evidente e o social deixa a desejar. Lembra ele, “as mudanças não ocorrem de cima para baixo” há, pois uma necessidade enorme de saber unir este povo todo e, como bispo, esta é minha função. Dizer ao povo se ele está sendo enganado ou não. Por fim, a Talita Correia fez suas consideração na representatividade do Governo e, falou-nos de como é vista uma área para a construção de uma hidrelétrica. Em outras palavras, a maior preocupação é de fazer o desenvolvimento, ainda que precise retirar o povo de suas localidades. Esta é a linha do que o Governo chama de DESENVOLVIMENTO.

            Várias perguntas foram feitas e que servem para você também neste mundo onde juntos, somos mais fortes. As migrações ocorrem em massa também devido à opressão do governo? Para crer no governo, o que está sendo feito para o povo desprivilegiado pela ação do governo? Por que, depois da abolição, ainda somos escravos em 2011? Nossa política mudou ao passar do tempo, ou ainda temos uma ditadura disfarçada? Estas respostas, com toda certeza, são pessoais, mas, um dia, ganharão cunho social... “E aí, renovaremos a face da Terra...”

Célio Roberto, SDS

Religioso e Professor

Formado em Letras e Pós Graduado em Língua Portuguesa.