I Assembléia da COnferência AL e do Caribe Redentorista de Aparecida: dia 08

16/03/2011 21:40

 

Dia 08 de março de 2011

 

Às 8h da terça-feira, 8 de março de 2011, iniciou-se os trabalhos com uma oração comunitária presidida pelas unidades de San Salvador, Caracas, San Juan.

 

Às 9h se dá, no auditório, a primeira sessão a cargo do Pe. Ulysses da Silva que faz  uma pequena palestra sobre os desafios da evangelização redentorista na América Latina e Caribe. (Cf. Documento anexo n. 03).

 

Terminada sua palestra, se procede aos trabalhos em grupos com a finalidade de ir estabelecendo algumas prioridades mais urgentes que devem ser assumidas pela Conferência. Os grupos estão divididos como segue e incluem os que vieram como delegados das províncias e vice-províncias do Brasil.

 

Grupos de trabalho:

 

  1. Grupo Scala: Pe. Marcelo (São Paulo), Pe. Danilo (Porto Alegre), Pe. Henrique (Resistência); Pe. Zenildo (Manaus); Pe. Manuel (S. Salvador); Pe. Juan Ciro (Peru Sul); Pe. Peter (Fortaleza); Pe. Pedro (URSAL).
  2. Grupo Marianella: Pe. Joaquim Parron (Campo Grande); Pe. Ramón (Buenos Aires); Ir. Viveiros (Vogal dos irmãos); Pe. Jorge (Bogotá); Pe. Grimaldo (Peru Norte); Pe. Agenor (Campo Grande); Pe. Arturo (URNALC).
  3. Grupo Ciorani: Pe. Luiz Rodriguez (São Paulo); Pe. Gonzalo (México); Pe. João Batista (Bahia); Pe. Stanislaw (Bolívia); Pe. Alirio (Caracas); Pe. Geraldo Freire (Recife); Pe. Eric (URNALC).
  4. Grupo Pagani: Pe. Manuel (Porto Rico); Pe. Vicente (Rio de Janeiro); Pe. Sixto (Quito); Pe. Eridian (Fortaleza); Pe. Vicente Soria (Paraguai); Pe. Ronaldo Sérgio (Suriname); Pe. Manoel Soares (Manaus); Pe. Felipe (Puerto Rico).
  5. Grupo Materdomini: Pe. Fábio (Goiás); Pe. Antonio Ranis (Recife); Pe. Luis Mauricio (Chile); Pe. Roque (Bahia); Pe. Marcelo Pomar (Buenos Aires); Pe. Euclides (Porto Alegre), Ir. Michael.

 

Pe. Marcelo Pomar convida os grupos a partilharem suas reflexões sobre os desafios à missão.

 

Grupo Scala: Migração: envolve também o problema da mobilidade humana. Existe a migração em nível de Continente que precisa ser vista. População em situação de risco em nossos países. Na ilegalidade e em trabalhos escravos torna-se presa fácil para o narcotráfico. Amazônia: pensar um projeto em nível continental. Brasil: Recepção de muitos haitianos (em Manaus), dificuldades em acolhê-los porque não se tem apoio das autoridades; necessidade de se reforçar às missões populares: falta pessoal; jovens em situação de risco e abandono social: sem trabalho e estudo, são alvos para o tráfico de rogas e a exploração sexual. Em nível interno: preparação das novas gerações de redentoristas para as prioridades da Congregação, ajudando o processo de inculturação. Meios de Comunicação: O que apresentar? (conteúdos). Dificuldade de financiamento e manutenção dos meios; organizar-se para oferecer conteúdos que não atinjam somente o segmento religioso, mas que dialogue com a sociedade plural. Abertura das Unidades para a integração em nível de Conferência. Desenvolver projetos comuns a toda a Conferência, envolvendo as unidades. Criar projetos em nível de Conferência, que facilitem o intercâmbio (mobilidade de pessoal).

 

Grupo Marianella: Um primeiro desafio está no interior de nossas mesmas unidades: conseguir uma mudança de mentalidade para que seja mais missionária e aberta a novas iniciativas, que priorize a Conferência e as sub-conferências, com perspectiva global, mundial, que desoncentre forças para o ordinário (paróquias) e seja aberta e disponível para o extraordinário, que supere os provincialismos fechados e que esteja aberta a opções missionárias nos países e culturas diferentes, em vista de experiências “ad gentes”. Desafios aos quais devemos responder como Conferência: salvar e proteger a vida, especialmente a dignidade humana; opção por projetos mais decididos de “justiça e paz”. Nosso continente com tanta violência, corrupção e impunidade nos reclama fazer alguma coisa. Ter uma presença conferencial missionária em territórios concretos de maior necessidade dentro da América Latina e Caribe: Amazônia, o Beni, os orientais da Colombia, o sul do México, etc. Fortalecer os processos missionários que atualmente existem na África: Gana e Moçambique e também pensar em alguma nova fundação. Promover projetos missionários de acompanhamento a migrantes dentro da Conferência. Com sentido de responsabilidade congregacional, apoiar um novo projeto missionário em algum país da Europa. É preciso nesta assembléia tomar decisões concretas e definidas que fortaleçam positivamente os avanços da reestruturação realizados na formação e que impactem nossos esquemas atuais de vida comunitária e de consagração. Importante aqui é definir o quê e deixar os como, quem, quando e onde para a coordenação da Conferência e das sub-conferências.

Grupo Ciorani: Encontrar pontos de diálogo entre as diversas gerações de congregados, mais velhos, o de idade média e os mais jovens. Investir na disponibilidade para atividades extraordinárias. Potenciar o que nos une entre unidades: carisma, consagração religiosa, necessidades e desafios, trabalho conjunto com consagrados e leitos. Utilizar uma metodologia ascendente: das unidades às sub-conferências até às Conferências. Área de pastoral: ajudar a Amazônia e os Santuários. Pastoral vocacional: melhorar a proposta à vida religiosa desde a vocação do irmão religioso. Atender a juventude, parte esquecida da população. Pastoral extraordinária: dar uma extraordinária às atividades ordinárias, que tenham um marca missionária. Promoção do leigo: ver o leigo não como ajudante, mas como agente evangelizador, em cada unidade em nível regional.

 

Grupo Pagani: Precisamos trabalhar uma nova relação com os Bispos, porque querem enquadrar nossa missão nos esquemas diocesanos e paroquiais. Nossos santuários adquiriram uma estrutura fechada e permanente que necessita ser revisada. Que concepção de missão nós temos? Trabalhar o conceito de missão. Missão nas cidades: qual metodologia usar; o que fazer com as vocações que vem das áreas rurais; como atingir as pessoas nas missões. Juventude: está secularizada, o que oferecermos evangeliza realmente? O processo de globalização atinge os jovens gerando indiferença religiosa, o que nos desafia a uma nova maneira de evangelizá-los. Há certa superficialidade da vida cristã e da própria maneira de evangelizar. Sugestões práticas: assumir e consolidar as três missões que pertencem à Conferência (Cuba, Uruguai e Suriname). Pensar mais nos problemas do Haiti. Como fazer uma pastoral do imigrante. Dentro deste desafio, é preciso preparar missionários para esta missão específica e como vamos financiá-la.

 

Grupo Materdomini: Preparação e qualificação de todos os congregados para assumir o processo de reestruturação, partindo da formação inicial e passando pela formação contínua; romper o provincialismo. Buscar uma forma de intervir nos meios de comunicação e criar uma consciência ética nas pessoas que podem tomar decisões nestes meios. Como chegar aos jovens por meio de uma comunicação inteligente e que os afete? Criar processos e projetos pastorais a curto, médio e longo prazo que favoreçam a continuidade da pastoral para que não se improvise o tempo todo. Romper com os esquema que não respondam à tradição. Optar por um processo para cuidar da Amazônia, que é um clamor da humanidade. Trabalhar pela justiça e pela paz, o que ajudaria a consolidar a vocação profética e martirial de cada congregado.

 

 

 

Pe. Ulysses retoma a palavra após a apresentação dos grupos e afirma que a Conferência não pode herdar os problemas das unidades. A Conferência deverá se fixar nas prioridades e não no que as sub-conferências podem fazer. O que uma unidade pode realizar, cabe-lhe a responsabilidade de realizar. A conferência precisa fazer seu planejamento a curto, médio e longo prazo. O discernimento precisa ser claro. Devemos ser econômicos no que passamos para a Conferência.

 

Às 15h retoman-se os trabalhos da assembléia no auditório Santo Afonso. Pe. Ulysses anuncia as próximas atividades. Haverá um tempo para que cada participante leia o documento: Estatutos da Conferencia de Redentoristas da América Latina e do Caribe (cf. documento anexo n. 04). Logo após, passa-se aos trabalhos de grupo, para que sejam feitas algumas outras sugestões. A assembléia vai confeccionar os Estatutos. Pe. Ulysses passa a palavra ao Pe. Marcelo Pomar, que afirma a necessidade de pensar as estruturas da Conferência. Trata-se de entrar dentro de um processo de organização. Na América Latina há a CLAR e o CELAM, que são duas organizações grandes. Nós estamos trabalhando em sub-conferências, baseadas em muitos critérios. Agora será importante buscar  flexibilidade para montar a estrutura da Conferência. Somos chamados a superar os provincialismos. É hora de ser criativo e pensar uma nova forma de organização. O Documento 01 sobre a reestruturação afirma que teremos que tomar decisões. Antes faz-se um discernimento e, depois, toma-se decisões. Teremos que considerar muito seriamente o modo de organização e de tomada de decisões entre a Conferência e as sub-conferências. Para a América Latina trata-se de um desafio extra: a relação entre a Conferência e as sub-conferências. Será preciso pensar a Conferência como um modo maior de participação: superiores, delegados, leigos, especialistas. A relação Conferência/sub-conferências merece muito atenção. Não pode haver conflitos entre elas. Tensões devem ser evitadas. Não se quer criar uma burocracia ainda maior. Agora serão apresentados os documentos sobre os Estatutos.

Pe. Luis Rodrigues apresenta o caminho feito para a composição dos Estatutos (terceiro rascunho). O Governo Geral enviou um Diretório para ajudar as Conferências a escrever os seus próprios estatutos. A redação final será feita nesta assembléia. Para chegar no estágio em que estamos, os coordenadores das sub-conferências decidiram que Pe. Rodrigues (São Paulo) e Pe. José Araya (San Salvador) preparassem uma primeira redação. Na reunião em Lima deu-se um segundo passo na composição dos Estatutos, porque foram pedidas sugestões para o texto dos estatutos. Em fevereiro houve mais uma revisão que produziu uma terceira proposta, a que está sendo agora apresentada à assembléia.

Pe. José Araya apresenta o documento. O texto começa com uma introdução geral, com o título: A conferência, um chamado à conversão no serviço à missão. Em todo o documento, o que está escrito em maiúscula é o que devemos trabalhar, corrigir, acrescentar ou retirar. O que está em letra minúscula já está aprovado pelo Governo Geral (cf. Documento anexo n. 04). O texto trata dos temas mais importantes sobre a Conferência, sua relação com o Capítulo Geral e sobre seu trabalho pós-capitular.

Pe. Ulysses pergunta a assembléia se deseja algum esclarecimento sobre os estatutos (terceiro rascunho). Como não há questionamentos, Pe. Ulysses pede que pessoalmente o texto seja lido, pessoalmente ou em dupla. A leitura  serve apenas para ajudar a conhecer o documento. Posteriormente, na segunda parte da tarde, a partir de 17h, haverá trabalhos em grupo. Cada grupo fará suas sugestões. As sugestões dos grupos serão entregues aos Padres Luis Rodrigues e Eric.

 

O dia termina com missa, às 18h15m, preparada pelas unidades de San Salvador, Caracas e San Juan. Celebra-se a memória de São João Newman. Os seminaristas do Seminário Santo Afonso participaram da celebração.