I Assembléia da Conferência AL e do Caribe Redentorista de Aparecida: dia 09
9 de março de 2011
Às 8h da terça-feira, 8 de março de 2011, iniciou-se os trabalhos com uma oração comunitária presidida pelas unidades de Bolívia, Chile e Paraguai.
Pe. Michael Brehl se dirige à assembléia, dizendo que, na terça-feira, fizemos uma boa celebração à noite, o que nos ajuda a começar este dia. Estamos falando de renovação e conversão, hoje é a Igreja que fala de conversão e renovação. Agradece a oração de hoje de manhã que nos lembrou a purificação que exige nosso trabalho. Diz, ainda, que lhe pediram ontem para dizer alguma coisa sobre João Neumann. Afirma que João Neumann, antes de partir, tinha aprendido cinco línguas estrangeiras. Chegando nos Estados Unidos, aprendeu também espanhol, como escreveu a seu pai, justificando que estava trabalhando no estado de Luisiana, onde se falava o espanhol. Na idade de 33 anos voltou a ser como criança. Pe. Geral diz que estas palavras são importantes para ele, porque com 56 anos deve aprender outra língua. Sente-se uma criança que deve começar de novo a aprender a falar. João Neumann é um bom exemplo para nós, que hoje experimentamos a mesma necessidade de aprender outras línguas para ser missionários.
Pe. Marcelo Pomar convida a assembléia a colher o que os grupos discutiram sobre os Estatutos. Propõe uma escuta sobre o que os grupos discutiram sobre os primeiros 20 números dos Estatutos. Os grupos passarão o resultado das discussões ao Pe. Luiz Rodrigues e ao Pe. Eric. Terminada a apresentação dos grupos, se abre um debate no qual se argumenta a favor ou contra o que foi exposto. Pe. Luiz Rodrigues toma nota das partilhas em vista da aprovação posterior dos Estatutos.
Pe. Marcelo Pomar propõe que na próxima sessão, às 10h30m, as sub-conferências discutam sobre a formação em vista da reestruturação, na perspectiva da Conferência. O tema aparece nos Estatutos com o título, cap. IV: “A formação da comunidade apostólica”. A formação é vista nos Estatutos como um todo, tanto inicial como contínua. Pe. Marcelo propõe a seguinte pergunta: quais são as situações de maior fragilidade que temos nas nossas sub-conferências às quais não estamos conseguindo responder, mas que poderíamos fazê-lo desde a Conferência?
Às 11h30m, em plenário, cada sub-conferência comunica suas reflexões sobre a pergunta feita pelo Pe. Marcelo Pomar na sessão anterior.
URB (União dos Redentoristas do Brasil): Como integrar a URB no contexto latino (questão inter-cultural, os brasileiros não se sentem latinos); pastoral vocacional fragmentada, cada unidade tem o seu processo. Necessidade de um acento na questão inter-provincial da formação para fazer frente às urgências da Conferência. Investir na formação para que haja uma compreensão maior da cultura latina. Sensibilidade para que haja uma só estrutura de formação para os irmãos. Não atribuir aos formandos a tarefa de fazer a Conferência funcionar. O sucesso depende de todos nós. Uma das fragilidades: mudança de formadores. Há uma descontinuidade dos formadores. Somos redentoristas da Conferência e para a Conferência, por isso há necessidade de um projeto comum de formação. Há um certo comodismo por parte dos formandos no sentido de um projeto redentorista. Está acontecendo uma diocesanização. O seminarista sai com uma mentalidade diocesana. Os estudantes vão para as faculdade públicas ou para as diocesanas. Não há um teologado redentorista. Hoje há muita preocupação com paramentos e alfaias, mas houve um tempo em que isto estavava desvalorizado. Percepção de que estamos vivendo uma outra geração. Que formador para que formação? Necessidade de um juniorato comum, de um só rosto. O bom formador deve ajudar o formando a beber da mística da conferência. O estudante de uma Província não pode se sentir hóspede em outra, mas parte de um projeto redentorista. Um teologado comum seria um caminho. Vice-províncias têm mais dificuldades com a formação teológica. Fragilidade dos estudos de filosofia e de teologia, feitos não em faculdades redentoristas. Projeto comum de formação na Conferência. Saída de redentoristas na iminência dos votos perpétuos ou nos primeiros anos de ordenação. Há uma perda de encanto. Onde está o problema? Para alguns, a formação desestimula o compromisso, porque é pequeno-burguesa (vida fácil, pouco estudo, muita cama, muito computador). Há um projeto redentorista? Não somos um espelho para os formandos? Os estudantes são fruto de uma falta de projeto. Um confrade relata que se preparou para um projeto na formação, mas ficou sem apoio dos outros confrades.
URNALC (União dos Redentoristas do Norte da América Latina e Caribe): A formação inicial: não há articulação entre as diferentes etapas da formação. Parte frágil: juniorato. A perseverança é reduzida. Há muita instabilidade. Cada unidade busca seus interesses. Formação permanente: faz-se necessário acompanhamento na transição entre a formação e o ministério. O formando fica à deriva, não há acompanhamento. Perdeu-se o interesse pela formação permanente. Vê-se que há uma distancia entre a formação acadêmica e a formação redentorista. O essencial redentorista não aparece. Falta pessoal para formação. Acumulação dos processos, faltam linhas comuns. Número reduzido de formadores. Em algumas unidades, há uma profissionalização, busca de títulos, mas não preocupação com formação permanente redentorista.
URSAL (União dos Redentoristas do Sul da América Latina): A formação continua precisa cuidar da espiritualidade. Deve fazer o acompanhamento dos irmãos. A formação permanente deve ocupar-se do aspecto especificamente redentorista antes que o confrade entre no exercício do ministério. Acompanhar os co-irmãos em dificuldade. Deve haver cuidado na formação de formadores, que sejam bem preparados para este ministério.
Às 15h abre-se uma nova sessão com uma oração dirigida pelas unidades da Bolívia, Chile e Paraguay.
Em seguida, Pe. Marcelo Pomar deixa aberta a palavra para algum comentário sobre a formação.
São feitos os seguintes comentários:
1. Nas unidades é difícil fazer uma análise da teologia estudada. Há muitos teologados. Sentimos que o diálogo sobre a formação teológica deve abrir-se em toda a Conferência. Há teologados que funcionaram muito bem, mas tem havido uma multiplicação de estruturas, formadores, professores.
2. Considerando o cenário desta manhã, com tantas opiniões, seria melhor que a Conferência preparasse um material sobre a formação para que o diálogo continue, até que se chegue a um consenso.
3. Quando ouço falar de um teologado comum, fico arrepiado, porque seria como voltar ao seminário maior. Falta uma formação mais especificamente redentorista, mas a era dos grandes seminários está superada. Perdeu-se o específico redentorista, mas ganhou-se em humanidade e vida comunitária. Pergunta: há noviciados inter-provinciais, mas sob que autoridades estarão os noviciados comuns?
4. Nos documentos da congregação há uma insistência na formação contínua, insiste-se muito na especialização. O melhor seria retomar o aspecto mais redentorista da formação contínua. Há uma esvaziamento por parte de alguns, a Conferência teria que ajudar neste sentido.
Feitas estas observações, Pe. Marcelo Pomar propõe um trabalho em grupos sobre o governo da Conferência, cap. V dos Estatutos: “O governo da comunidade apostólica”. Não está definido o modo de eleger o coordenador da Conferência, isto é importante. A Conferência terá um coordenador, eleito a partir de uma terna escolhida pela assembléia por maioria absoluta.
Às 17h se inicia a última sessão do dia, para colher o resultado das discussões em grupo sobre o cap. V: “O governo da comunidade apostólica”, que será passado aos responsáveis pela composição dos Estatutos: Pe. Eric e Pe. Luiz Rodrigues.
Às 18h15m, celebra-se a eucaristia, com a imposição das cinzas. A missa foi preparada pelas unidades da Bolívia, Chile e Paraguay.