I Assembléia da Conferência AL e do Caribe Redentorista de Aparecida: dia 10

16/03/2011 21:41

 

Dia 10 de março de 2011

 

Às 7h45m da quinta-feira, 10 de março de 2011, foi a eucaristia celebrada, presidida pelo Pe. Fábio, Provincial da Província de Goiás. A celebração ficou a cargo das seguintes unidades: Fortaleza, Manaus, Bahia e Goiás.

 

A primeira sessão do dia se inicia às 8h45m. Pe. Ulysses convida os votantes para que se assentem nas primeiras filas e pede aos não votantes que permaneçam nas fileiras de trás. Número de votantes: 27. A votação será feita levando as mãos.

 

Primeira votação.

O delegado para a América Latina e Caribe:

A. Pode ser um Superior Maior em exercício  (0 votos).

B. Não deve ser um Superior Maior em exercício (26 votos).

Decisão: Por 26 votos, vence a proposta B, ou seja, o delegado para a América Latina não deve ser um Superior Maior em exercício. Um votante estava ausente.

 

Após a votação, Pe. Ulysses propõe um pequeno intervalo para um início de conversa sobre a escolha do delegado da América Latina. Pe. Henrique Lopes sugere que a assembléia pense numa data para uma próxima reunião e recorda que em 2012 se deve celebrar a reunião inter-capitular.

 

Num segundo momento, os Pe. Darci José Nicioli (Prov. de São Paulo) e o Pe. Felipe Santiago (Prov. de San Juan), membros da comissão para a solidariedade econômica na Congregação Redentorista, apresentam o trabalho que estão realizando.

 

Pe. Darci apresenta algumas considerações iniciais:  A comissão não foi criada para pedir dinheiro ou distribuir dinheiro. A comissão se compreende como um organismo que  apenas sugere e suscita reflexão em vista de uma economia solidária, para ajudar a missão. Já houve uma reunião em Roma com o Governo Geral e com as instâncias que lidam com a economia na CSSR. Da reunião emergiu uma primeira constatação: a comissão não existe para resolver nada, apenas para provocar reflexão. Não tem autoridade. É uma entidade de reflexão e assessoria ao Governo Geral, como às Conferências e às unidades. O trabalho da comissão acontece em nível de Governo Geral, de Conferência e de unidades. Daí os questionários que estão sendo enviados ao provinciais, pedindo sugestões para o trabalho da comissão. Há um valor a ser preservado: a descentralização, em vista da comunhão e da subsidiariedade. Não é possível que uma unidade não realize o seu trabalho por falta de recursos. Não é aceitável recusar vocações por falta de recursos. Faz-se necessário partilhar os bens da Congregação, todos os bens, inclusive os bens econômicos. A Academia, o Colégio Maior, a Biblioteca, o Santuário de Nossa Senhor do Perpétuo Socorro em Roma são essenciais para a Congregação. A comissão deve provocar uma reflexão sobre a espiritualidade, fundamental para a solidariedade. É preciso começar rezando. O papel da comissão é conhecer, estudar e refletir sobre a situação econômica da Congregação: onde estão investidos os nossos valores. Não somos bons para ganhar dinheiro. Favorecer a comunicação em vista da transparência: onde está aplicado o dinheiro que está com o Governo Geral. Conhecer e agilizar os projetos de solidariedade na CSSR. Conhecer a realidade econômica da CSSR em nível das unidades: qual potencial e quais desafios têm cada unidade. Sugerir assessorias em vista de novas fontes de renda. Tudo para gerir os bens e propriedades de cada unidade. Sugerir assessoria quanto a investimentos. Formar os mais novos na área de finanças. Favorecer a comunicação em vista da transparência. As unidades devem ser mais abertas. Promover a formação continuada para a economia solidária. Repensar o fundo de solidariedade existente com novos critérios, para melhor captar e distribuir os dons (cf. Documento anexo n. 05)

Em seguida, Pe. Felipe apresenta outros elementos sobre os passos dados pela comissão de  solidariedade econômica na CSSR (cf. Documento anexo n. 06). 

 

Após a intervenção dos Padres Darci e Felipe, abriu-se um espaço de diálogo para que os confrades pudessem reagir. São feitas as seguintes considerações:

  1. É bom escutar os valores da centralização da economia. Recomenda-se a realização de uma auditoria dos meios econômicos do Governo Geral. Faz-se necessário formar confrades no campo da gestão dos bens da CSSR e das unidades. A reunião pré-capitular será um bom momento para refletir sobre a questão econômica.
  2. Pe. Enrique Lopes esclarece, como já foi dito pelo Pe. Darci, que a comissão não vai decidir nada, apenas apresentar sugestões e reflexões. Caberá ao próximo Capítulo Geral tomar decisões sobre o funcionamento da economia. Antes do Capítulo Geral será preparado um documento. A solidariedade econômica é um dos temas importantes para o próximo Capítulo Geral. Infelizmente falta transparência. Há Províncias que têm recursos, até comunidades, mas não dão informações.
  3. Pede-se à comissão que ajude a fortalecer a solidariedade entre as unidades e as sub-conferências, o que deve acontecer em nível de iniciativas de pequeno porte.
  4. Realça-se a necessidade de evitar soluções simplistas para remediar os problemas de economia das estruturas da CSSR. É simplista, por exemplo, pedir uma quota a cada confrade que vive numa comunidade. Deve-se estudar a situação econômica de cada unidade e, desde esta, estabelecer as possíveis contribuições. Há missões que a Conferência deverá sustentar. Será preciso sustentar o coordenador da Conferência. Algumas unidades pagam seus tributos. É preciso fazer uma análise de cada unidade. Evitar soluções simplistas.
  5. Darci: todas as decisões serão do Capítulo, sema elas simplistas ou não.
  6. O Governo Geral pode ir oferecendo subsídios sobre a solidariedade para nos animar em nossas unidades, para que o Capítulo vá sendo preparado. Precisamos de pistas.
  7. Felipe: A comissão sugeriu ao Governo Geral uma Communicanda sobre o assunto.
  8. A comissão poderia nos ajudar a aprender a “fazer dinheiro”. As Províncias foram fundadas por outras que as sustentaram. Nossa tradição nos ensinou a gastar dinheiro, não a ganhar. Com o dinheiro que ganharmos, seremos solidários.
  9. Darci: é importante pôr em comum o que já temos também e não esperar somente aquilo que poderá entrar com novas inciativas.
  10. A questão da nossa formação por unidades estrangeiras criou certo comodismo e falta de consciência sobre a questão econômica. Aprendemos a gastar dinheiro. Não havia consciência dos gastos. A reestruturação nos faz repensar nossas unidades. Não basta ganhar dinheiro, é preciso saber gastar dinheiro. Mais importante ainda é ter consciência do que temos e aprender a sobreviver com o que temos, para evitar gastos desnecessários e exagerados. Não adiantaria ganhar muito e continuar gastando muito.
  11. Darci: é preciso descer ao nível prática, indo além das belas considerações.

 

Pe. Darci distribui um questionário para resposta pessoal de cada Superior Maior. O questionário quer recolher sugestões para a comissão para a solidariedade. Sugere que o questionário seja passado aos confrades das unidades, para que haja mais propostas que poderão iluminar os trabalhos da comissão para a solidariedade (cf. Documento n. 07). 

 

A sessão termina com a indicação para os trabalhos em grupos, nas quais partilharão ressonâncias ao que foi apresentado pelos Padres Darci e Felipe; refletirão sobre o modo de financiar o sustento econômico da Conferência e proporão dois nomes para a terna do coordenador.

 

Às 11h30m a assembléia reúne-se para sua última sessão da manhã. Pe. Ulysses convida os grupos a se pronunciarem.

 

Ressonâncias às reflexões da comissão para a solidariedade. São feitas as seguintes observações e questionamentos:

            1.Uma das insatisfações sobre a economia é a desinformação das unidades e dos congregados quanto aos meios econômicos do Governo Geral. AS aplicações econômicas da Congregação e das unidades sejam sempre ações éticas. Precisa haver sempre transparência quanto aos fatos econômicos por parte do Governo Geral e das unidades. Sugere-se uma auditoria nos meios econômicos do Governo Geral. Princípios básicos para a economia na CSSR são a consciência de que as propriedades da unidades são da CSSR e a reflexão sobre a vivencia do voto de pobreza.

2. A comissão está fazendo um trabalho muito bom. Algumas perguntas. Aonde vão os bens das províncias que desaparecem? Os bens são da CSSR. Faz-se necessário conhecer melhor os bens da CSSR. A comunicação quanto à economia na CSSR ainda se mostra deficiente e confusa. As contas e balanços enviados às unidades são incompreensíveis e quase inúteis.

3. Insatisfações: a maior é quanto a Academia Afonsiana. É preciso pensar o financiamento dos estudantes e os salários dos professores, sobretudo dos professores não redentoristas, cuja contratação demanda mais investimento. Por outro lado, há professores que devem ser substituídos por causa da idade e do tempo dedicado à Academia. Para se ter maior clareza da economia deve-se melhorar a comunicação. Uma communicanda sobre a economia e a pobreza faria muito bem à CSSR. Houve solidariedade com os confrades do Chile por ocasião do terremoto, o que é muito louvável. As áreas atingidas tanto no Chile quanto no Haiti puderam contar com a ajuda do Governo Geral e de vária unidades.

4. Pouco a pouco vai-se criando uma consciência de que somos uma Congregação e não federação de unidades. Esta reflexão nos ajuda a enfrentara a desigualdade econômica entre as unidades. É preciso insistir no numa conscientização da desigualdade entre as unidades para dar uma solução ao problema. O trabalho da comissão deve ser o de ajudar na assessoria econômica do Governo Geral, das Conferências e das sub-conferências.

5. Que se invista na consciência da co-responsabilidade entre as unidades. Sugere-se mais fluidez da informação. Quanto a participação e solidariedade na CSSR há um caminho a se fazer.

6. É indispensável uma formação para as questões econômicas. A formação dos dos confrades nesta área ajudaria muito as unidades. Que tudo seja feito segundo o rincipio de justiça distributiva.

7. A profissionalização dos trabalhos na economia se revela indispensável nos tempos atuais em vista da reestruturação do sistema econômico. Por outro lado, há pouco testemunho de nossa parte, porque estamos influenciados pelo clima de consumismo. Existe a prática do caixa 2, o depõe contra nosso desejo de transparência, por isto a reestruturação da economia exige uma profunda reflexão sobre o voto de pobreza.

 

Em seguinda, o Pe Geral se dirige à assembléia para dar algumas informações sobre a real situação econômica do Governo Geral. O Pe. Michael Brehl afirma que o tema da solidariedade pertence à questão da reestruturação em curso na CSSR. A economia interna da CSSR exige revisão. Por um lado trata-se de um processo que se iniciou com a criação da comissão para a solidariedade econômica e que passará pela reunião na metade do sexênio e que chegará ao Capítulo Geral. Por outro lado constata-se uma situação crítica do ponto de vista financeiro/econômico na CSSR. Nós, como Conselho Geral,  temos que encontrar soluções para os problemas econômicos. Há duas freqüências no ar: o processo de reflexão que se está fazendo e as questões urgentes para resolver. Já existe um fundo de solidariedade na CSSR. O último Capítulo e a comissão que preparou o relatório econômico para o Capítulo recomendou aumentar o fundo de solidariedade na CSRR. A renda do fundo foi afetada pela crise econômica e a nossa possibilidade de oferecer solidariedade diminuiu consideravelmente. Os pedidos de ajuda foram muitos e a soma total dos pedidos foi maior do que a soma para distribuir – houve uma soma 30% maior do que o que tínhamos para distribuir. Entretanto a CSSR mantém o principio segundo o qual todos os que podem contribuir com o fundo devem fazê-lo. Mas só 5 unidades contribuíram com o fundo. O Pe. Geral reforça o pedido para que todos os que podem contribuir, que o façam, porque o dinheiro será muito bem utilizado. Um aviso importante para os superiores novos: se querem pedir ajuda, tem que aprender que o pedido se faz sempre antes do dia 1 de janeiro do ano seguinte. Este ano os pedidos que chegam depois do dia 1 de abril não receberão ajuda. Outro aviso muito importante: quando se faz um pedido, faz-se necessário informar como se utilizou o dinheiro recebido. O Superior Geral insiste que há Províncias que têm muitos recursos e que deveriam contribuir com o fundo de solidariedade, porque haverá uma boa utilização do dinheiro. Sabe-se que o tema da organização da economia será tratado pela comissão. Um último ponto muito importante: as unidades não devem esquecer que há limites de quanto cada uma pode utilizar dentro dos Estatutos. Gastos que ultrapassam os limites impostos pelos Estatutos supõem permissão do Governo Geral. Algumas vezes, quando a soma é mais elevada, é preciso pedir permissão ao Vaticano. Há pouco a CSSR recebeu do Vaticano os limites para cada país sobre quanto se pode gastar sem permissão. O documento está em nossa casa Roma à disposição das unidades. Todas estas normas devem ser levadas em consideração quando se pensa em gastar dinheiro.

 

Sobre o financiamento da Conferencia, os grupos sugerem o seguinte:

  1. Deve haver justiça distributiva na CSSR. Cada comunidade poderia doar $ 500 dólares inicialmente, depois a coordenação proporá uma quota.
  2. Colocar uma quota fixa de $10 dólares para cada congregado, mais doações espontâneas pelas unidades.
  3. Necessidade de conhecer cada unidade, porque há desníveis econômicos. Promova-se uma mudança de mentalidade pessoal e comunitária. Três propostas para o financiamento da conferência: que haja um valor indicado para os custos. Cada unidade deveria doar segundo suas possibilidades. Cada unidade doar o que é possível. Sugestão $1.000 dólares por ano. Quem pode doar mais que isso, que o faça.
  4. Sugestão $10 dólares por confrade. Seria uma contribuição para este ano. Para o próximo, pode haver outras regras, a ser discutidas pelo coordenador da Conferência e seu conselho. Pergunta: quem enviar, como enviar e quando enviar a contribuição das unidades?
  5. Sugestão: $1 dólar por mês por congregado. Criar um fundo de emergência. Sugestão: criação de uma comissão de finanças e que seja o coordenador da comissão o ecônomo da unidade-sede da Conferência.

 

Em seguida, as sub-conferências fizeram as seguintes sugestões de nomes para coordenação da Conferência:

 

URB: Pe. Rafael Prada (Prov. de Bogotá) e Pe. Marcelo Araújo (Prov. de São Paulo)

 

URNALC: Pe. Rafael Prada (Prov. de Bogotá) e Pe. Eric Peres (Vice-prov. de Caracas)

 

URSAL: Pe. Pedro Irizar (Prov. de Santiago) e Pe. Noel Londoño (Prov. de Bogotá)

 

            Com estas sugestões, a sessão é terminada e a assembléia se dirige para o refeitório, onde haverá o almoço. Às 13h parte-se para um passeio em Campos do Jordão.