Ministro católico é assassinado no Paquistão

06/03/2011 23:04

    

O ministro federal para as minorias religiosas no Paquistão, o católico Shahbaz Bhatti, que em distintas ocasiões expressou sua oposição à Lei de Blasfêmia, foi assassinado a tiros no dia 2 de março/11, ao sair de sua casa enquanto se encontrava em seu automóvel. Bhatti era o único cristão do gabinete do Paquistão, país no qual 95% da população professa o Islã. De 42 anos, tinha sido confirmado como Ministro Federal para as Minorias religiosas na recente remodelação do Governo, e ocupava este cargo desde 2008.

O ministro ia de sua residência ao seu escritório, sem escolta. De repente, um pequeno automóvel se colocou ao lado do dele. Um de seus ocupantes disparou uma vez para detê-lo e logo vários homens mascarados saíram do carro com armas automáticas e dispararam durante dois minutos e logo fugiram. Os assassinos deixaram na cena do crime uns panfletos nos quais descreviam o ministro como um "cristão infiel" e que estava assinado por "Taliban al-Qaida Punjab". O porta-voz dos Talibãs, Ihsanullah Ihsan, assinalou que "o assassinato de Bhatti é uma mensagem para todos os que estão contra a Lei de Blasfêmia", uma norma que se costuma usar para perseguir os cristãos e que castiga, inclusive com a pena de morte, quem ofende o Corão ou Maomé. Este foi o segundo assassinato do tipo, realizado por extremistas muçulmanos contra críticos à Lei de Blasfêmia no Paquistão. O primeiro ocorreu no último 4 de janeiro/11, quando mataram o governador da província de Punjab, Salmaan Taseer, também por sua oposição à controvertida lei.

Diversos sacerdotes e religiosas no Paquistão consideram que o ministro Bhatti é um "mártir", alguém que "deu sua vida pela defesa dos direitos das minorias religiosas, especialmente dos cristãos". A lei é usada com freqüência para perseguir a minoria cristã, que costuma ser explorada no trabalho e discriminada no acesso à educação e aos cargos públicos.

Pe. Geraldo Rodrigues 

Boletim "Vivências" 249