"Essa Brava Gente Brasileira"

"Essa Brava Gente Brasileira"

Parabéns, ó brasileiro, Já, com garbo varonil, Do universo entre as nações Resplandece a do Brasil.” (Hino da independência do Brasil)

 

 

Esta semana tivemos a notícia de que o Brasil é a sexta economia mundial. Superamos o Reino Unido. À nossa frente estão os Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França. No topo dos 10 primeiros do planeta, estamos à frente da Inglaterra, Itália, Rússia e Índia. Saímos da situação de um país endividado, desvalorizado e sem importância, para um país de reconhecimento mundial.

Tudo isso graças ao trabalho e ao talento dos brasileiros, da ousadia dos empreendedores, agricultores, exportadores, operários, mulheres. Enfim, dessa Brava Gente, que reergue e transforma esta Nação. Mas, há desafios imensos a serem conquistados: educação, saúde, transporte, segurança pública e pobreza da população.

A educação já deu saltos imensos, mas está longe de ser satisfatória. O Brasil gasta 5% do PIB com educação, mas a maior parte desse dinheiro é com ensino superior. Não basta deixar de investir no ensino superior e aplicar em outra dimensão educacional, é preciso fazer um acerto educacional e incentivar a formação da população em todos os sentidos. Escolas e universidades particulares talvez precisem de mais incentivo e o povo precise ter mais acesso a essa dimensão. Uma grande fraqueza está na formação para o mercado de trabalho. Educação e recursos pobres durante o nível secundário fazem com que os estudantes deixem as escolas entre os menos instruídos em todo o mundo.

A área da saúde sofre. Embora sejamos um país que possibilita consultas e tratamento gratuito para todos, sem discriminação, ainda sofremos com falta de vagas em hospitais, demora de atendimento e falta de remédios. Devido a isso, a Campanha da Fraternidade 2012 trará como tema a questão da Saúde.

Apesar de alguns avanços em logística, o transporte é caro e a malha rodoviária insuficiente. As estradas não pedagiadas sofrem a falta de estrutura e um surto de abandono permanente. 80% da nossa produção roda nessas estradas. Pagamos IPVA e outros impostos do carro e dos combustíveis para ter melhores estradas, no entanto, andamos e caímos nos buracos. Também existem poucas ferrovias e o potencial do transporte marítimo continua sendo extremamente inexplorado, com portos e aeroportos que já estão congestionados. Estas condições podem aumentar em 1/4 ou mais o preço para levar os produtos aos seus respectivos mercados.

Quanto à segurança pública, nos últimos anos, o Brasil se tornou o segundo maior consumidor mundial e um dos maiores centros de movimentação de cocaína. Estima-se que o país consuma de 40 a 50 toneladas da droga por ano, exportando mais ou menos a mesma quantidade. A Polícia Federal e as polícias estaduais apreendem apenas 15% de toda a cocaína que circula pelo território nacional. Os principais fornecedores do Brasil são Bolívia, Colômbia e Peru. Isso se dá pela ineficiência da investigação policial. Essa realidade aumenta a violência que tem uma taxa minoritária de casos de homicídio elucidados, não chegando a 5%”. Isso contribui para a impunidade. Difundiu-se entre nós a ideia de que a violência é um fenômeno quase natural. Ela é um fenômeno determinado por fatores específicos que podem ser removidos, em especial pelo combate à pobreza e a falta de um sistema carcerário reabilitador, não castigador.

Segundo o IBGE, o Brasil tem 16,27 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, o que representa 8,5% da população. Pessoas que vivem em condições de extrema pobreza, 4,8 milhões, têm renda nominal mensal domiciliar igual a zero, e 11,43 milhões possuem renda de R$ 1 a R$ 70. Para o IBGE, 46,7% das pessoas na linha de extrema pobreza residem em área rural, apesar de apenas 15,6% da população brasileira morarem no campo. O restante das pessoas em condição de miséria, 53,3% mora em áreas urbanas, onde reside a maioria da população (84,4%). Reconhecidamente, a realidade de pobreza no país acontece pelo excesso de corrupção dos políticos, que desviam verbas públicas para seus próprios interesses e pela falta de uma melhor política de distribuição de renda no país. Há algumas faixas de alta riqueza e inúmeras faixas de pobreza no país. Revelando que há concentração de riquezas em alguns lugares e extrema necessidade em outros.

Vencer esses obstáculos leva o país, não só a um grau mais elevado de sua economia, mas também de autoestima da população, que tem se sentido, desde agora, num ambiente mais confortável de morar. O Brasil tem deixado de ser um país de “restos” e tem se colocado como país de “ponta”. Isso ajuda a população a ter mais ânimo e esperança. Mas, para continuarmos nessa caminhada de bem estar econômico-social, precisamos trabalhar juntos. O Brasil precisa de todos, não somente de políticos honestos ou de solidariedade. Precisa que sejamos honestos, solidários, participativos, cultos, interessados, eleitores responsáveis e pessoas de fé, que é exatamente o que tem nos colocados nos altos picos do mundo. Esperança, fé e caridade nunca podem deixar de andar juntos. Pois são esses os elementos que formam essa Brava Gente Brasileira.

Pe. Gelson Luiz Mikuszka, C.Ss.R

Província de Campo Grande