Mais um defensor da natureza assassinado na Amazônia

Trata-se de João Chupel Primo, líder comunitário assassinado no dia 22 de outubro/11. Foi em Miritutuba, município de Itaituba (PA).

Quem narra o ocorrido é Dom Frei Wilmar Santin, Bispo da Prelazia de Itaituba, no Pará: “Conheci o João. Foi em sua comunidade que realizei as primeiras crismas como bispo de Itaituba. Eu o tinha encarregado de fundar uma nova comunidade. Justamente no dia da crisma, em junho deste ano de 2011, ele deixou de ser o coordenador da Comunidade Nossa Senhora de Nazaré de Miritituba, para poder se dedicar à fundação da nova comunidade. Ele vinha fazendo denúncias sobre grilos de terras e extração ilegal de madeira. Por isso foi assassinado brutalmente com um tiro na testa. Quando os defensores da natureza e da legalidade vão deixar de serem mortos? Quando o Governo Federal

colocará pra valer a Polícia Federal para agir no Pará?” "Senhor Deus misericordioso, tu és a paz, a concórdia, a pureza, a bondade. Tu és o Pai e Senhor de todos os que alimentam pensamentos de paz. Dá-nos humildade, esperança e firmeza na fé. Dá que lidemos uns com os outros em amor, já que o amor é o cumprimento da lei, assim que sejamos filhos da paz e da concórdia, dignos das bem-aventuranças de teu filho, que sejamos sal da terra e luz do mundo". (São Cirilo de Jerusalém, 315-386).

Fique-nos o testemunho de mais um sacerdote que trabalhou entre os últimos

Uma multidão de pessoas comovidas, proveniente de várias dioceses de Mindanao, além de 20 sacerdotes presentes nas Filipinas, participaram, no dia 25 de outubro/11, dos funerais de P. Fausto Tentorio, o missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME), assassinado no dia 16, em Arakan. As exéquias se realizaram na Catedral de Nossa Senhora em Kidapawan, precedidas por uma vigília que durou toda a noite e seguida de uma longa procissão até o lugar da sepultura. Durante a homilia foi lida uma mensagem do Santo Padre que sublinhou o importante testemunho de um sacerdote que trabalhou entre os últimos. “Um sacerdote bom e fiel, que amava o seu povo e que procurou servi-lo do melhor modo possível, mesmo diante do perigo da própria vida”: dessa maneira o Bispo de Kidapawan, Dom Rômulo de La Cruz, descreveu P. Fausto Tentorio. Cerca de 15 mil pessoas participaram dos funerais e “Tatay Pops”, o “pequeno padre”, como era chamado esse sacerdote que não gostava de cerimônias e amava trabalhar longe dos refletores, ao lado dos autóctones, buscava justiça para aqueles que foram expropriados de suas terras, “enquanto o governo parece abandoná-los”. No seu funeral, contam testemunhas, “se respirava ar de santidade. Fez muitos inimigos, como Jesus, e como Jesus morreu na cruz”.

Pe Geraldo Rodrigues

Boletim "Vivências" 491