Pe. Geraldo Rodrigues
Boletim "Vivências" 402
“A cruz é símbolo de consolação e conforto para aqueles que perderam seus entes queridos, mas também esperança e apoio
aos sobreviventes, especialmente para aqueles que estiveram envolvidos nos socorros, para os bombeiros, para os policiais e para os trabalhadores comprometidos na reconstrução e para muitos outros”. Dessa maneira, P. Brian Jordan, franciscano, responde às denúncias apresentadas pela associação que promove os direitos dos ateus nos Estados Unidos, a “American Atheist”, contra a
World Trade Center Cross, a cruz alta seis metros que a comunidade cristã de Nova Iorque deseja transferir ao National September 11 Memorial and Museum, a partir de 2012. A Cruz “promove o cristianismo acima de outras religiões”, enquanto “o 11 de setembro não tem nada a ver com o cristianismo”; essa a motivação da denúncia, de acordo com o presidente da Associação dos Ateus,
Dave Silverman.
Enquanto isso, milhares de pessoas param diante da cruz para um momento de oração ou de recolhimento e, em sua defesa, se posicionou também a organização cristã Centro Americana para o Direito e a Justiça, que atua em favor da liberdade religiosa no mundo, segundo a qual a questão, de um ponto de vista legal, “é profundamente falha e sem mérito”. O presidente do Museu, Joe Daniels, interveio dizendo que a Cruz “representará uma parte importante do compromisso de contar a história de 11 de Setembro como ninguém poderia fazê-lo”. A norma que, segundo os ateus, seria violada, estaria contida em uma lei de direitos civis em vigor em Nova Iorque e também constituiria uma violação da Constituição dos Estados Unidos: o museu sendo construído com recursos públicos, não pode hospedar o símbolo de uma só religião!