Somália: quatro milhões podem morrer de fome

Em setembro/11, a ONU declarou o estado de crise de fome em outra região da Somália, Bay, que já é a sexta área do sul do país afetada por um problema que ameaça se expandir ainda mais nos próximos meses. De acordo com a Unidade de Análise de Nutrição e Segurança Alimentar da Somália, quatro milhões de pessoas estão em crise de fome no país. Destas, 750 mil correm o risco de morrer nos próximos quatro meses se não houver uma resposta adequada. O comunicado divulgado em Nairóbi indica que dezenas de milhares de pessoas já morreram, a metade delas crianças. Além disso, aos atuais afetados pela crise alimentar na Somália podem se unir outras 50 mil pessoas das áreas agrícolas de Gedo, Juba e Hiran, no sudoeste da Somália, aponta o órgão vinculado à ONU.

A Somália é o país mais afetado pela fome e pela seca que castigam o Chifre da África, onde mais de 13 milhões de pessoas sofrem uma situação de crise humanitária. A ausência total de precipitações durante a temporada de chuvas de outubro a dezembro de 2010, somada às poucas que caíram entre abril e junho deste ano, gerou a pior colheita dos últimos 17 anos. Outro fator agravante da crise é a presença da milícia radical islâmica Al Shabab, que controla a maior parte do sul da Somália e combate para instaurar um Estado muçulmano no país,  dificultando as operações das organizações de ajuda humanitária.

Segundo a ONU, o estado de crise de fome é declarado em uma região quando pelo menos 20% da população sofre com uma falta extrema de alimentos, mais de 30% sofre desnutrição aguda e a taxa de mortalidade é de mais de duas pessoas ao dia para cada 10 mil habitantes.

Pe. Geraldo Rodrigues

Boletim “Vivências” 479